segunda-feira, 2 de novembro de 2009

No Passinho do Molequinho da Favela




Com os pés descalços e no encalço do entretenimento, suas fantasias, mesmo que macabras, o distrai de algum mal que o cerca ou proteje. Seus devaneios, são compostos por objeto, sina, condição financeira e psicológica, tempo e ainda espaço. Por mais que o maior devaneio por parte do seu sangue e laço fraterno, em acreditar o que o poder promete, seu futuro é incerto, seu coração será dividido e seu caráter confundido. Bala é doce ou proteção? Proteção é aliar-se ou protejer-se? Esse doce tem açucar?
Enquanto isso, sentado em uma cadeira no encalço do enriquecimento, mesmo que macabro, a distração dos castelos e dos gados gordos, ou das cuecas gordas o cerca e o proteje. Seus devaneios, são compostos por objetos, é obvio, poder, conforto e luxo. Por mais que o maior devaneio imposto, seja parte do seu sangue, representar ainda é sua arte, e seu futuro é incerto, seu coração é de pedra e seu caráter confuso. Aliar-se para comprar balas para protejer o seu doce afim de que o açúcar esteja no seu cafezinho.
A pipa sobe e os olhos fixam em um ponto, será que mais subirão?Me protejo ou pego o cerol?Matemática pra que?
-Já sei o necessário, relaxa...qual é?! eu queria brincar mais um pouco! E no passinho do funk, ele comemora o novo brinquedo, afinal, ele está crescendo e os brinquedos também crescem. Mas ainda é uma criança...
Enquanto isso, o discurso camuflado toma o tempo, e alguns se esbravejam a favor de suas defesas e reputações. Porém não posso me estender, devo engolir minhas palavras e as digerir como eu bem entender...
Entendimento, é o que o molequinho não tem, seu tempo é prenchido com fantasias...

Marconi de Oliveira

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Apesar de hoje



Se todos acreditassem nas palavras que dizem, o mundo seria um poço de bondade e montanhas de amor!
Imagine que a partir desse momento só diremos o que realmente acreditamos. Será que algum dia alguém não pensaria duas vezes antes de dizer "eu te amo", ou diriam com mais facilidade:"some da minha frente"? Já que acreditariamos nas palavras, se "eu te amo" escapasse da minha boca, eu teria que começar a trabalhar esse sentimento para com aquela pessoa, até porque odiaria me passar como mentiroso. Ou se um "some da minha frente" fosse dito a mim, eu realmente sumiria.
Cada palavra tem sua importância no universo das frases, nas galáxias dos textos.Se um dia subir em um palanque e disser eu mudarei isso tudo, acredite no que está dizendo, e se não quiser fazê-lo não diga, ou simplesmente, não suba.
Já ouviu algum fumante dizer que o cigarro mata?Você acha mesmo que ele acredita nisso?
Quantas vezes ouviu alguém dizer que daqui pra frente tudo vai ser diferente?Quantas vezes você disse isso?
O futuro começa quando você decide!
Cada segundo que está por vir é um novo futuro, então, relaxe, há muitos por chegar ou acontecer. Só que, de repente, dessa idéia muitos se beneficiarão, e o mundo pode ser melhor no próximo segundo.
Ahhhh, o tempo, o futuro...
"Toda vez que mentir for preciso, poder falar a verdade..."
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..."
"Disciplina é liberdade..."
"Compaixão é fortaleza..."
"Não sou escravo de ninguém..."
"Ideologia, eu quero uma pra viver..."
"Os jovens são o futuro..."
"Um dia você aprende que..."

Marconi de Oliveira

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Tá faltando uma nota no acorde da minha vida.



Eu sempre quis ser músico e isso é fato!
Hoje toco em uma banda e a felicidade deveria estar estampada na minha cara, como vejo no sorriso de todos ao meu redor. Porém, me olho no espelho e vejo um amarelo em meu semblante, o que deveria ser meu brilho é agora a falta de algo que nem sei.
Essa música que faz todo mundo pular não me causa ânimo.Será que estou surdo para felicidade?!
Apesar de tentar escrever minha tablatura todos os dias, porque até prefiro assim, as vezes gostaria acreditar no ditado popular, mas saber que minhas notas não sou eu quem as escrevo nem marco meus passos, me causa a incerteza da escolha do tom. Sei onde minhas atitudes me levarão, e meu caráter ditará meu compasso.
Oh Deus faça com que minha melodia atraia os melhores dos seres-humanos!Amém!

Marconi de Oliveira

sábado, 25 de julho de 2009

Vida


Minha sina, meu karma, minha alma e corpo, meus pensamentos e minha voz, inspiração e construção.
AMÉM!

Marconi de Oliveira

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Por um simples fato


Há muito me pego pensando na vida, por um simples fato, o que passa, o que fica e o que virá, e o que acontece se torna passado.
A um segundo atrás, o que eu acabei de escrever virou passado...
É como olhar pelo retrovisor, sentado em seu presente se enxerga além do parabrisa o seu futuro, olhando para o retrovisor se lembra da curva que acabou de passar.Porém se fizer a volta, e voltar para onde o retrovisor apontava antes, seguirá para um novo futuro onde era passado, e agora se torna seu futuro, ainda  verá no retrovisor o seu passado futuro onde iria-se em frente e deixaria o passado para trás, que agora seria seu futuro. E ainda mais, não importa a marca do parabrisa ou do retrovisor, passado é passado, futuro é futuro e presente é o momento de se decidir por qual caminho trilhar!
Rugas ou as fraldas?Faculdade ou o jardim de infância?Alcool ou remédios?Um relógio de ouro ou um banho de mar?Várias noites e várias conquistas ou eternas manhãs ao lado de um verdadeiro amor?
Mas o que mais assusta, não é o percurso, ou o passado, e nem mesmo o futuro, meu presente que virará passado concretizo em vitórias, conquistas e alegrias, o que acarretará em um futuro de amizades verdadeiras e lembranças com sorrisos de canto de boca. O que mais me assusta, são as oportunidades que vão e que vem, as duvidas aparentes por falta de futuros passados, ou de passados vividos!
Viver, ter força e fé, renovar sempre suas lentes, porque visão boa lhe proporciona detalhes maravilhosos e caminhos secretos!

Marconi de Oliveira

terça-feira, 30 de junho de 2009

Lembrem-se



Uso meu intelecto para contribuir, construir, e não o contrário. Uso minha capacidade de sorrir, para atrair e não o contrário. Construo e atraio amor e não o contrário, pois odiaria saber que sou lembrado por ter construído uma bomba e ter atraído poder!

Marconi de Oliveira

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O acorde perfeito é a indiferença!


Quem dera estar em um mundo onde todos se olhassem do mesmo jeito,

Quem dera viver em um mundo onde todos tivessem as mesmas oportunidades,

Quem dera morar em um mundo onde todos tivessem carne para comer,

Quem dera...


Pelo oposto do repertório de lutas onde as memórias são derrotas, rogo por julgar-me e somente a mim...

O que escuto da boca de certas cavernas são infames tentativas de oportunismo, e nada me fará deitar e desistir de acordar. Amanhã é um dia diferente e de repente eu acordaria em outro mundo, quem me dera...


Um mundo onde todos seriam da mesma cor transposta a nossa consciência, 

Um mundo onde todos os sorrisos fossem como os do meu sobrinho,

Um mundo onde todos os elogios fossem como a cegueira da minha mãe,

Um mundo onde todos tivessem sobremesa.


Eu realmente olho para o céu querendo escrever uma história, mas essa estória já é passado, não pelo medo da luta, mas por não fazer parte do escuro desse buraco fundo.

Nesse túnel tem um fim, e mesmo que a vela esteja apagada, alguém um dia a acenderá, e poderemos todos enxergar as cores de sua chama.


Poderemos todos sorrir como meu sobrinho,

Ser cego para os defeitos alheios como minha mãe é com os meus,

Ter sobremesa e não se importar se alguém se exceder,

Amar o presente como se o amanhã fosse passado!


Marconi de Oliveira

sábado, 30 de maio de 2009

O cair da boca

Vale dos meus sonhos, poço dos meus sentimentos.
Reinado do meu sangue, torre das minhas displicências.

Espero um dia poder olhar o pôr do sol e perceber tudo que desejo. Minha mente voa, eu sonho muito e as vezes as coisas passam ou acontecem diante dos meus olhos, e eu realmete estou parado contemplando alguma paisagem ou um belo quadro. As vezes não é ruim, o que aconteceu de repente não merecia minha atenção e não me desviou a ponto de deixar um detalhe passar, seja uma gota em meio a areia, ou uma ave atravessando o pôr do sol, solitária, mas deslumbrante.

Sonhar é preciso. O que nos prende a um detalhe é a sensibilidade de percepção. Contemplar é o apogeu do encantamento, é gozar-se de fascínio, percepção e sensibilidade.

Parado, inerte, pasmo e embasbacado.
Os pensamentos não se ordenam,
E o fôlego começa a faltar.

Em pé ou sentado, deitado olhando ou de olhos fechados. Seja a lua, ou o sol, nascente ou o poente, a cor ou a falta de...É um exercício as suas preferências e ao que te agrada. 
Não me parece uma receita, me transparece o transcender ao natural ou ao criado, nunca perdido porque sempre relembrado! 

Lembranças...


Marconi de Oliveira

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Paixão


Não me importa a frase ignorante que sairá da sua boca, ou o que você pensa sobre nós, de onde viemos ou onde moramos, se somos médicos ou favelados! Dentro de campo, são onze contra onze, uma bola, e na arquibancada, indivíduos fervorosos pelo engasgo de um grito pelo melhor, pelo esperado. Realmente não me importa o que te leva a pensar e descriminar, se eu ganho a minha alegria é a mesma, se eu perco, a reação física é a mesma, choro como você que fez o mesmo várias vezes.
Longe e a salvo da ignorância infame dos racistas primatas que fizeram e profissionalizaram isso tudo.
Tudo que foi crescendo e se transformando em um mar vermelho e preto. Em diversas reacões explícitas de paixão e fé, esperança e amor, ódio e sorrisos...
Esse mar que debandeia a preocupação nossa de cada dia, nos faz correr a favor da corrente de fé e adoração pelo mesmo propósito e sentimento. Esse aglomerado de indivíduos que energizam essa arena, que cantam nosso hino, e afloram seus maiores fascínios por compartilhar todos os arrepios da multidão fervorosa...brotam lágrimas, dezespero, idealização, muito mais que um simples grito de gol...a massa é forte, apaixonada, tem fé e se consagra...mais que uma torcida, longe de qualquer discriminação, credo, religião ou RAÇA, UMA NAÇÃO, A NAÇÃO RUBRO-NEGRA!

Marconi de Oliveira

sábado, 11 de abril de 2009

O Gole da Verdade


Meus elogios rasgados não enchem seu cálice de ego,
Nem minhas carícias maliciosas lhe encaminharão nessa estrada vazia.
Tudo que se move entorpecido, tem um que de ilusão ou fantasia,
Mas pode ser apenas uma fuga de palavras verídicas.

O que sai da minha boca não te embriagará de confiança,
Ou meus toques de intenções secundárias contribuirão para sua permanência.
Sempre que o gole for o devaneio,
As verdades serão fluentes, mas camufladas...

Se repito em frases diferentes,
É porque uma vontade incessante de você me consome, 
Entenda o meu olhar e nessa hora esqueça minhas babozeiras.

Te pego pelo braço e te falo no ouvido,
Te levo a lua e te roubo uma estrela,
Abrimos o vinho e tudo flui.

Marconi de Oliveira

terça-feira, 7 de abril de 2009


Tão azul quanto a esse céu, quão forte como essas pedras, tão longe quanto o horizonte...meu pensamento vôa, contempla, compõe!

domingo, 29 de março de 2009

Contemplar


Elas vibram e eu posso senti-las, mesmo não tocando-as, e ainda sim, sem olhar pra elas...
O que meu coração sente, toda vez que ponho a mão nesse corpo, é torpor pleno. Nada me faz querer sair, deixar, acabar...
Tudo é motivo de inspiração. As vezes não sai, mas fica guardado pra um dia virar melodia, ou um simples arranjo, mas que seja capaz de arrancar a atenção de alguém que passa. A perplexidade do observador é tamanha quando o brilho transpõe minhas mãos ou voz, pelo simples conhecimento do som que carrega a magia.
Cada nota me dá o tom da vida, e minha vida me dá o som. 
Do seu bom dia eu componho, do seu olhar eu faço a melodia, e do seu jeito farei o arranjo.
Escolha como queira me tratar, e o volume o momento regulará!
Marconi de Oliveira


sexta-feira, 27 de março de 2009

A casca da noz

O fruto que nasce dessa árvore, alimenta minha alma e meus sentimentos. Me protege, me entorpece de vibrações espontâneas que ao ver o contentamento alheio, me enobrece. De joelhos rezo. Assim como eu, o mundo deveria fazê-lo. Não por simples consideração, mas pela importância de todas as companhias desejadas, e por isso, tê-las, é sentir-se leve. Se enobreça dessas vibrações, experimente-as, nada como o gozo do sorriso sincero que sofrerá o arco de sua presença.
Se faço por querer ter-te ao meu lado, ou se ganho teu afago, não me é de direito me trair e roubar do meu desfrute a sua confiança, seu respeito. Pecado infame desleixo. Negligência pura. A facada pelas costas. 
Por dias tento roubar teu tempo para ao meu lado permanecer, e por displicência esse momento se vai...
Minhas desculpas vão além das minhas palavras, o que sinto é maior e inexplicável...
Cativar esse extraordinário músculo vigoroso é minha sina, não dê uma brecha, pois isso condenará seu tempo ocioso a contemplar doses de verdadeira amizade. Amizade tamanha preparada a se colocar na estrada da vida em alta velocidade, sem cobrar pedágios ou atenta a qualquer lombada.
Chegue, sinta-se em casa, minha casa é sua, e quem bombeará meu sangue será o seu sorriso!
Marconi de Oliveira

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A anatomia da esperança

Um momento e um sorriso, a incerteza me aflora. Rezar já não me adianta e a conformidade me parece longe, distante. Mesmo assim minha fé é mais forte, rezo mesmo que não me adiante, e a distância só me fará perceber o pingo da esperança que ainda resta. Crio fantasias sim, mas penso nos meus pés, que suplicam por continuar no chão, e são eles que terão de suportar a possível queda, e terão ainda que ajudar minhas pernas a me levantar, que por si terão o papel de me fazer caminhar de novo, um passo após o outro. Mas meus pés estão longe da minha cabeça, e por mais que estejam um pouquinho mais próximos que meu coração, ainda sim não entendem seus anseios, sua agonia e aflição. Esse músculo que bate insensantemente a procura de um conforto, não entende a razão ou a racionalidade, e que as vezes é preciso entendê-las e as vezes compactuar...Mas ainda sim tenta bater forte para bombear sangue para minha cabeça, na esperança dos sonhos ficarem mais fortes, mais concretos. A luz no fim do túnel parece um apelido, uma ironia. Eu sei que a fé é mais forte, e por isso, continuo aqui, esperando um holofote no fim da passagem, de repente isso iluminaria meu futuro e me guiasse pelo caminho do conforto, alegria e da paz.
Marconi de Oliveira