sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Todos os dias deveriam ser dia das crianças!

Na verdade, o algodão só tem metade do doce que poderia ter, e se tivesse o todo, querido coleguinha, o colorido não seria artificial.



É fascinante ver o sorriso de uma criança e a magia em seus olhos quando recebem seus brinquedos nesse dia tão mágico. Dia de levar os pequeninos ao parque, correr atrás de pipas, fazer piqueniques, comer besteira, um dia inteirinho de coisas diferentes para alegrar e satisfazer essas alminhas verdadeiras e ingênuas.


Por que não com mais frequência? Seriam menos dias sem alguém inventando fórmulas poderosas para bombas mais potentes, menos dias para os projetos de invasões territoriais, ou falsas organizações de novas ordens. Menos dias para se importar com diferenças entre culturas ou religiões e reparar como éramos mestres em socialização quando tínhamos a idade deles.
Não me lembro de ver uma criança julgar a sexualidade de outra e usar de superioridade. Não me recordo um momento de racismo ou indiferença social ou étnica. Se os fazem, obviamente é por influência de algum adulto. Suas ações se transformarão em parte da educação e formação das crianças em sua volta, ou seus filhos. Antes de usar a violência ou agredi-las verbalmente, lembre-se que há um futuro.





Carinho é agradável, e admirador, abraço é protetor é confortante. Será que ele se lembrou da primeira vez em que ela disse a palavra papai, quando ele a jogou pela janela? O que ela pensou que o dinheiro poderia comprar quando assassinou o pai por causa da herança?


Lembra-se do Chaves? Adultos interpretando crianças, se lembra das piadas? Já assistiu Wall-E? Monstros S.A.? Se adultos tem a capacidade de criar personagens e estórias tão conscientes e influenciáveis, criar receita de marshmallows, porque continuam insistindo em armas, em separações, em superioridade, em manipulações? Desconfio que adultos que se preocupam com poder, com ambição, nunca provaram açúcar.


Quando criança, víamos os super-heróis e imaginávamos se tivéssemos superpoderes, se pudéssemos voar, pudéssemos ler pensamentos, quem julgaríamos os verdadeiros vilões? Quem temeria à nossa justiça? Alguém já viu algum herói ou heroína prejudicar algum inocente?


Os mesmos adultos que compõe músicas infantis, são os mesmos que instigam o ódio, constroem bombas, arquitetam guerras e inventam sentimentos feios, também são os que fazem bolos de cenoura com cobertura de chocolate.


“Vamos celebrar a estupidez humana...” Reconhecemos, sabemos do problema, mas aceitamos a condição e poucos resolvem mudar, muitos continuam o ciclo imbecil e vicioso de destruição, de má influência, de babaquice!


Não entendo, esse mundo onde adultos vasculham sua infância para terem referência, onde criam as mais ingênuas desculpas, as mais belas paisagens e ainda sim, insistem em resolver seus problemas com violência, com mesquinharia, com ganância... De repente, por que tento raciocinar como adulto ao invés de assistir a tudo como uma criança assiste a um desenho e facilmente percebe os verdadeiros vilões e mocinhos.

O mundo não muda e só piora, porque achamos que todo mundo faz e que não importa se fizermos certo, tantos outros farão errado, e todo esse pensamento burro vai passando de geração em geração. E quando o médico disser que seu estado será vegetativo permanente, seu filho vai pensar que é melhor pra você a morte que os carinhos dele, a aproximação que ele terá de você, as tantas refeições que você receberá como inválido ao invés de fazê-lo porque ele é incapaz, e essa sua condição pode ter vindo da vez em que outro pai influenciou aquele play-boy que te deu um tiro por causa daquela briga no trânsito provocada por uma seta queimada que ocasionou em uma fechada e que poderia ter terminado em simples desculpas, palavras.

Seu cara de peido, vá trocar a seta queimada, porque está quase na hora de papá e hoje tem lasanha de minhoca. Se comer tudo e comportadinho, tem gelatina de meleca de sobremesa.

Não achou graça? Você está precisando passar mais tempo com crianças.


Marconi de Oliveira


Imagens: Google